terça-feira, 29 de maio de 2012

Marta


Não gosto de ver as ruas vazias. Quando chego tarde pior ainda. As 19h 20h 21h 00h 23h não consigo ficar calma. Rezo tudo que aprendi na época do catecismo e caminho quase que correndo. Fico com medo que alguém chegue e perto e diga que é um assalto. Ai meu deus! É só um casal na moto. Procuro andar atenta. Olho para os lados como se assistisse a um jogo de pingue-pongue. Me protejo com minha chave. Uso a chave como minha pequena faca. Coloco-a bem firme na mão. Ainda não sei como usá-la e nem quero que isso aconteça. Não gosto quando me olham assim, me achando esquisita. Tenho medo que alguém me pare e pegue meu celular, relógio, carteira, caneta, livro, Xerox da faculdade, bombons. Poxa não passa ninguém, e tudo tá tão escuro. Moço o senhor vai por aqui? Ele afirmou a cabeça para fingir que é simpático. Acredito que ele deve está pensando quem é essa menina que vem atrás de mim na rua. O senhor mora aqui perto? Ele afirma com a cabeça. Acho que ele não quer papo. Não gosto de voltar para casa sozinha, moro naquele prédio ali moço. Ele olha para mim com um sorriso. Obrigada moço pela companhia.

Nenhum comentário: