Não gosto de ver as ruas vazias.
Quando chego tarde pior ainda. As 19h 20h 21h 00h 23h não consigo ficar calma.
Rezo tudo que aprendi na época do catecismo e caminho quase que correndo. Fico
com medo que alguém chegue e perto e diga que é um assalto. Ai meu deus! É só
um casal na moto. Procuro andar atenta. Olho para os lados como se assistisse a
um jogo de pingue-pongue. Me protejo com minha chave. Uso a chave como minha
pequena faca. Coloco-a bem firme na mão. Ainda não sei como usá-la e nem quero
que isso aconteça. Não gosto quando me olham assim, me achando esquisita. Tenho
medo que alguém me pare e pegue meu celular, relógio, carteira, caneta, livro,
Xerox da faculdade, bombons. Poxa não passa ninguém, e tudo tá tão escuro. Moço
o senhor vai por aqui? Ele afirmou a cabeça para fingir que é simpático.
Acredito que ele deve está pensando quem é essa menina que vem atrás de mim na
rua. O senhor mora aqui perto? Ele afirma com a cabeça. Acho que ele não quer
papo. Não gosto de voltar para casa sozinha, moro naquele prédio ali moço. Ele
olha para mim com um sorriso. Obrigada moço pela companhia.
Esse é um local que coloco minhas fotos, poesias, diálogos e monólogos espontâneos coletados na rua e filtrados pelo pensamentos.
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
OVO
- quer?
- sim.
- quantos?
- dois.
- mexidos ou fritos?
-hoje quero fritos.
- você todo dia pede mexidos.
- hoje quis mudar
- por que?
- tive vontade, ora!
- está certo...deveria aprender a fazer seus próprios
ovos...
- para que? Você sempre faz para mim...
- mas, nem sempre vou fazer...
-tá certo.
- assim está bom?
- tá.
- pronto.
- que fome!
- come tudo.
- come de boca fechada menino!
-caramba! Como tá chata hoje! Tá de tpm é?
- to não. Não gosto de ver comendo assim... é nojento.
- nojento nada. Fecha o olho se não gosta.
- como você é grosso!
- puxei ao papai. Um saco de embrulhar prego.
- não faço mais ovo para você!
- tá certo. Pega o refrigerante na geladeira para mim?
- vai você pegar, menino mais folgado.
- poxa maninha, cuida do seu irmão querido?
- vai se lascar!
- por favor?
- nessas horas você é carinhoso? Sei não. Vou pegar não. Se
quiser vá.
- que irmã desnaturada. Vou contar tudo para nossa mãe.
- serio? Um homem de 20 anos reclamando com a mamãe?
- pode não?
- bonito para sua cara.
- ora maninha, relaxa.
- to relaxada, to relaxada. Quer parar com isso. Está me
irritando!
- calma, calma. Eu pego o refrigerante sozinho. Fica assim
não. Era brincadeira.
- não é contigo. Não estou muito bem esses dias.
- o que aconteceu?
-Bem, é que.... não é da sua conta. Come seu ovo, toma seu
refrigerante e me deixa em paz.
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