sábado, 31 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

sábado, 24 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

sábado, 29 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

- Fez o almoço?
- Tá encima do fogão.
-Tem o que?
- Arroz, feijão, verdura, purê?
- E a carne? Tem carne?
- Empanado.
- Ok.
- Tá bom?
- Sem novidade.
- Não escutei.
- Faz 2 meses que só como feijão, arroz, verdura, purê e empanado no almoço.
- Mas, eu pergunto: o que você quer comer?
- E eu respondo com outra pergunta: O que se tem na cozinha para fazer o almoço?
- Feijão, arroz, verdura, batata e empanado.
- Ainda diz que eu posso escolher alguma coisa?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Subo. Ainda possui um lugar que me esperava. Ainda bem. Descansar é sempre bom. Ajuda. Homem bonito entra. Cabelos pretos, rosto redondo, nem forte e nem magro.
No ponto.
-A bolsa?
-Oi
- Posso segurar sua bolsa?
- Ah, sim, obrigado.
Tento disfarçar meus olhares sobre ele. No mínimo ele é gay ou casado. Só dá para saber olhando. Mas, como olhar sem ele perceber? Olho de ladinho. Viro o rosto. Finjo procurar uma posição melhor para colocar a cabeça. Ele parece perceber. Nada diz. Não vejo nada. Nada. Que inferno!
Um anel já seria uma dica bem suficiente. Mas, se não tivesse anel? Uma coisa de cada vez. Calma. Espere uma hora aparece.
Bum!
- Que foi isso?
- Um acidente?
- De carro ou moto?
- Não deu para ver. Obrigado por segurar.
Ele pega a mochila. Sai. Vejo uma aliança dourada na sua mão. Realmente. Ele não é gay. É casado. Respiro fundo. Não foi dessa vez que o amor bateu a minha porta.

terça-feira, 21 de junho de 2011

PÃO DURO

Sabe aquela pessoa que nunca teve coragem de tomar nem água na rua para não gastar dinheiro? Não estou falando de uma pessoa sem posses. Estou falando do típico pirangueiro que só come fora de casa quando alguém paga para ele. Pois bem, sou eu.
Sempre olho para os cardápios dos restaurantes chiques e fico na vontade de pedir algo. Não! Como sempre acho tudo muito caro. Prefiro comer em casa.
Mas, hoje tomei coragem. Vou tomar o café mais caro e mais chique daquela cafeteria fina. Eu detesto café. Acho o gosto horrível. Só vou tomar café para fazer a pose de chique. Para que os outros olhem e fiquem pensando que faço isso normalmente.
Fui escolher o café com o nome mais extravagante. Esse tem até chocolate. Pago logo, assim não me arrependo. O tempo passa e sou surpreendido pelo garçom que trás uma tacinha pequenininha com café.
- É esse o meu?
- Sim senhor. Caffe Le especialid da cazza ryca al chocalat amarg.
- Ah...
Minha cara de decepcionado era visível para qualquer cego. Já estava arrependido de ter gastado tanto dinheiro nesse copinho de café com gostas de chocolate. Mas, vou fazer a pose de fino.
Comecei a tomar o café e em cada colherada ficava me perguntando por que tinha feito aquilo? O gosto era horrível. O chocolate era simbolicamente representado. O pior: Via os copos das outras pessoas e a inveja subia. Copos maiores, com mais conteúdo e mais baratos!Isso é uma grande merda! Tomei o café até a última gota do copo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sabe quando você espera algo acontecer e não acontece. Isso chega a ser meio frustrante. Chega a chatear. Porém, o mais importante é saber como lidar com essas situações, levantar a cabeça e ser feliz.
Isso parece frase de caderno de auto ajuda.

Série: Cachorro

quinta-feira, 12 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ontem eu via o sol
Hoje não o enxergo mais
Ontem cheira as flores
Hoje as olho de longe
Ontem tinha amigos
Hoje estou sozinha
Ontem eu estudava
Hoje não tenho livros para ler
Ontem eu tinha um futuro
Hoje só tenho um passado
Ontem eu tinha vida
Hoje um moço me matou

domingo, 10 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ele era velho
Ela era jovem
Ele estava triste
Ela estava feliz
Ele era pobre
Ela tinha posses
Ele cheirava mal
Ela tinha perfume de flor
Ele olhava para ela
Ela olhava para o horizonte
Ele queria saber o que ela pensava
Ela pensava na vida
Ele queria falar com ela
Ela não sabia que ele estava ali
E o tempo passava
Passava o tempo
Ele queria namorar ela
Ela não sabia que ele existia
Ele fechava os olhos para sentir melhor o cheiro dela
Ela abria os olhos na direção oposta
O outro chega
O outro é jovem
O outro está feliz
O outro tem posses
O outro cheira a perfume caro
O outro olha para ela
Ele olha para ela
Ela olha para o outro
O outro beija ela
Ele chora
Ela beija o outro
O outro e ela saem abraçados
Ele fica sozinho

domingo, 20 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Solução para o (des)amor?

- Hoje foi um dia perfeito. Levei um fora de um “futuro namorado”. E ainda minha amiga está atrasada...mereço. vou entrar nessa igreja para ver se o tempo passa mais rápido.
- Irmão! Sejam bem vindos ao “Culto do Amor”
- Como assim, entrei num culto evangélico para se arrumar um partido? Vou ver no que dá. (falando comigo mesma)
- Irmãos!Acreditem! Deus tem um futuro maravilhoso reservado para você! Acredite.
- Certo. (falando comigo mesma)
- Irmãos! Você pode ser feio, pobre...Mas, acredite. Jesus quer você feliz. Ele tem um futuro reservado para você. Acredite irmão. Acredite!
- Quem são esse passeando pela igreja vestidos de correio? Mentira? Serio? Correio do amor! Primeira vez que vejo isso numa igreja. Acho que meu caso não é o único. (falando comigo mesma)
- Você que está desesperado, desesperada a procura de um companheiro, peça, peça com muita fé que Deus vai trazer para você!
- Adorei a dica. (falando comigo mesma)
- Irmão. Todos unidos. Juntos. Pedindo a Jesus um amor. Vamos todos passar pelo coração do amor. Vamos! Acreditem! Acreditem! Todos passando pelo coração do amor! Vamos em busca do companheiro! Vamos! Acreditem!
- Eita, meu celular... Minha amiga, ela chegou. Fica pra próxima tá! (falando comigo mesma)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

(Des)amor 4

- Ai amiga!
- O que aconteceu?
- Ele foi seco e duro... E nem disse que ia me ligar e nem pediu para que eu ligasse...
- Como ele falou? Palavra por palavra!
-Bem, como você disse que eu ligasse. Que desse um tempo e depois ligasse...
- Muito bem...ligasse de que horas?
- Duas horas depois de ter falado com você.
- Uhh
- Ai, ele atendeu. Bem seco. Eu perguntei se tinha terminado a casa já? Ele disse que não. E depois ele disse chão que estava ocupado. E pronto. foi isso.
- palavra por palavra.
- Olha, pow terminei ainda não. Xau.
- Cacete. Assim mesmo?
- Assim mesmo.
- Bem ele não quer nada. Mande a fila andar.
- Mas já foi difícil de colocar esse na fila? Ela está paradinha e vazia...
- Mas, não pode! Te valoriza!
- Amiga, tá tão difícil arrumar alguém.
- Aparece. Tome um banho, cuide da pele, se perfume... Coloque o astral para cima!
- Tudo bem amiga.
- Vá, e vamos marcar para sair. Você precisa conhecer pessoas novas em lugares badalados e não em paradas de ônibus.
- Certo. Valeu amiga! Beijos.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

(Des)amor 3

- Amiga!!!
- Diz, e ai?
- Nem conseguir conversar com ele direito.
- Como assim?
- Nem teve tempo de pedir para sair e tal
- Sim, mas, aconteceu o que?
- Amiga, eu falei tudo que você me disse. Pedi desculpa, e tal. Falei que não pude atender por que tava na aula. Que tinha adorado conhecer ele...
- E???
- Ele disse que não podia conversar por que estava pintando a casa dele.
- Como assim? Pintando a casa?
- Pois é amiga. A casa. Posso?
- Calma. Muita calma. Ele disse mais o que?
- Ele disse assim: Olha não posso conversar por que estou pintando a casa. Depois tu me liga, ta?
- Ele disse para você ligar de volta?
- Pediu.
- Bem...
- E agora amiga?
- Bem, você tem duas possibilidades.
- Quais?
- A verdade a mentira.
- Não entendi.
- Se ele tiver falando a verdade ou se estiver mentindo.
- Como vou saber disso?
- Assim, você vai ligar de volta.
- Vou, mas, não era a vez dele ligar?
- Sim, era. Mais presta atenção: ele pediu para você ligar de volta. Não foi?
- Foi.
- Você não quer tirar o queijo?
- Quero.
- Então escuta: você liga. Se for verdade ele vai ser super simpático com você e te dá atenção. Ou no mínimo, se continuar pintando a casa ele vai dizer que liga para você, mais bem simpático!! Entendeu?
- Entendi
- Se for mentira: Ele vai dizer que está ainda pintando a casa, seco e duro. E nem vai pedir para você ligar e ele nem vai dizer que vai ligar.
- Ok.
- Entendeu?
- Sim! Vou fazer isso. Valeu amiga! Beijos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

(Des)amor 2

- Ai amiga!!
- O que foi?
- Ele me ligou!
- Serio e ai?
- Não pude atender por que estava na aula.
- Uhhh
- E agora amiga?
- Pêra, você mandou uma mensagem ontem pela manhã, certo?
- Certo!
- E ele te ligou pela noite, na hora da aula?
- Isso!
- Uhhh...interessante.
- Aii, amiga, ligo ou não ligo?
- Você liga.
- Mas, não era para esperar?
- Sim, caso ele não ligasse, mas, ele ligou, então retorne.
- E eu digo o que amiga? Falo o que?
- Você se desculpa por não ter atendido ontem de noite, por que você estava na aula. Isso é muito bom, pois ele vai perceber que você é uma pessoa que trabalha e estuda. Uma pessoa de futuro. Entende? Futuro.
- E mais o que?
- Bem... Ai se ele for simpático, você convida ele para ver um filme bem Cult, que assim, ele vai ver que você é inteligente.
- Certo, Certo? Tem mais...
- Depois que você ligar e fizer tudo isso a gente conversa. Vai ligar logo, vai, não perde tempo!!
- Tá, valeu amiga! Beijo!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

(Des)amor 1

- Amiga...Ligo ou não ligo?
- Me conta como foi que ai digo.
- Bem, nos conhecemos ontem pela manhã. Já o via, porque pegamos ônibus na mesma parada.
- Sim...continue.
- Ai, falei com ele. Ele foi simpático. E trocamos telefone.
- Certo, ele pegou o seu?
- Pegou...
- E mais o que?
- Ai, quando cheguei ao trabalho, mandei uma Mensagem. To lisa amiga...
- O que tinha nessa mensagem.
- Adorei conhecer e conhecer você. Tenha um ótimo dia.
- Uhhh
- Sendo que foi de manhã, e até agora ele não ligou.
- Então espere.
- esperar?
- Sim...espere. Você tomou a iniciativa. Agora espere a resposta.
- Ta!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

domingo, 30 de janeiro de 2011

- Alo?
- Fred?
- Sim...
- Alice.
- Diga...o que foi?
- Você está sozinho?
- Sim... Ia beber uma cerveja e ver TV.
- Eu estava pensando em você.
- Uhm
- Vem aqui para casa, estou sozinha.
- Não, é tarde.
- Aqui tem um vinho que ainda nem abri.
- Já passam das 22h.
- Eu espero, pode vir.
- É melhor não. Já está tarde.
- Então, conversa comigo.
- Já estou fazendo isso.
- Queria ver você.
- Amanhã, pode ser...
- Fred...
- Fala, Alice.
- Me convida.
- Para que?
- Ir para sua casa tomar uma cerveja...
- É tarde Alice.
- Eu levo o vinho... Uns CDs de Jazz...
- Alice...
- Conversamos a noite, escutamos musica e tomamos um Vinho...
- Já é tarde.
- Eu chego rápido.
- Já é tarde.
- Eu pego um Taxi.
- Alice.
- Eu quero te ver
- Alice.
- Estou com saudade.
- Alice.
-Por favor...
- Alice.
- Fred.
- Eu quero ficar sozinho.
-Mas,...
- Não Alice.
- Por favor...
- Até amanhã.
(desliga o telefone)

VINho

- Um copo
- De que?
- Vinho.
- Qual?
- O mais barato...
- Aqui senhora.
- Obrigada.
(Pausa)
- Alguma coisa mais, senhora?
- Atenção.
- Como, senhora?
- Você pode me dá um pouco da sua atenção?
- Isso não está à venda, senhora.
- Então me dê de graça, por favor.
Quero conhecer sua poesia...
- Gosto de está com você.
-Também.
- Você é maluca.
- Você engraçado.
(silêncio)
-Bem...
-Sim...
- É que...
- Diga...
- Sei que não sou um príncipe
- Isso não importa
- Serio?
- Me deixa ver isso aqui na sua boca...
(beijam-se)

AR Co - IIIres

Silêncio.
Pouca luz
Parede cheia de livros
Uma pequena mesa
Garrafas de vinho vazias
Taça usadas
Ele vem caminhando lentamente
Trás uma garrafa de vinho.
Coloca na pequena mesa.
Abre a vitrola
LP de Erik Satie
Música.
Abre o vinho
Enche uma taça.
Bebe
Pega um livro
Abre
Ler tristemente.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Joana Angelica

Joana Angélica é uma mulher comum.
Tem 25 anos e é formada em Artes Visuais.
Gosta de desenhar e pintar.
Coleciona livros.
Adora ver o colorido dos livros na estante da biblioteca.
Tem um gato de estimação.
Chamado de Picasso.
Mora sozinha.
Adora comer lasanha mas, cozinhar não é seu forte.
Consegue fazer pipocas carameladas, sua especialidade.
Adora mudar o cabelo. Fazer dele a sua arte.
Em um momento ela pode está loira de cabelo cacheado e comprido.
Ou ruiva, liso e até preto que nem carvão e super curto.
Gosta de unhas coloridas, inclusive as dos pés.
Adora tênis e vestido.
Trabalha como vendedora de uma livraria conceituada.
Acabou o namoro faz 3 meses.
Ele a atraiu com uma peituda dançarina de brega.
Passa os dias no trabalho e quando chega em casa ler um livro.
Conversa muito com seu Gato Picasso.
Tem poucos amigos, porém verdadeiros.
Mas, se sente muito só.
E se apaixona com facilidade.

Rosa vermelha

Odeio ir a médico. Sempre demoro a marcar a tal consulta. Faço careta, manha que nem criança pequena. Mas, como é necessário. Finalmente marquei. Vou ao dentista. Revisar, olhar se tem algo errado. E como morro de medo de doença grave é melhor ir mesmo.
A telefonista sendo bem amigável Marca às 8h da manhã de uma segunda-feira. Não vou começar a chamá-la de nomes feios, não vou.
Pronto. Cheguei ao consultório.
-Estou marcada para as 8h, Dr. Camila Rios
- Pode Aguardar.
Adorei. Prefiro médicas a médicos. Dentistas mulheres são mais sensíveis e calmas. O ultimo dentista homem que tive quase arrancou minha boca numa limpeza de tártaro. Medica mulher é melhor. Mas, delicada e paciente. Mulher entende mulher.
Depois de exatamente uma hora esperando a atendente me chama
E junto comigo vem um garotinho bem simpático. Ele entra primeiro e fico esperando minha vez. A atendente pede que eu entre.
Quando procuro a Dr. Camila Rios, minha médica, vejo um olhar bem marcante. Olhei para ele e fiquei sem ação. Literalmente sem ar e movimento.
A máscara cobria sua boca e só conseguia ver aqueles olhos.
Que olhos!
Ele é alto. Moreno claro. Cabelos lisos, pretinhos. E os olhos...
Os olhos um castanho tão profundo que perdi o chão
Quando me deparei com aqueles olhos
- Joana?
- Sim.
- Pode sentar nessa cadeira.
Como assim? Era uma mulher minha medica e me deparo com um Deus grego pedindo para que eu sente.
Não sabia onde colocava minha bolsa, meus óculos...
E meus óculos acabaram ficando perdidos na minha mão.
Ele senta ao meu lado. Meu desconforto aumenta.
Fico sem ação e olhando para ele de lado.
-Estou esperando as luvas.
Ah, sim...As luvas. Certo. Com cara de boboca continuei a pensar...
E ficar cada vez mais encantada com aqueles olhos.
Tão bonitos...
As luvas chegaram.
Enquanto ele olhava minha boca, eu olhava os olhos dele.
E com muito receio que ele percebesse.
Joana, se controla, você está no médico! Ele é seu médico.
Mas, como ele é bonito. Muito bonito. Que olhos...
Em toda consulta, pouco me importava a carie ou tártaro
Olhava para ele. O analisava. Via se tinha aliança em uma das mãos.
Não tinha. Será que tem namorada?
Joana, você não vai perguntar.
Será que ele é gay?
Lógico que isso não é pergunta para se fazer a um médico.
Por que ainda estou com essa cara de besta?
Como ele é alto, magro. Meu número de homem.
Será que ele é recém formado, ele é novinho...
Olhava compenetrada para ele, como ele estava sentando...
- Joana Angélica Mariano Costa Lima de Melo Oliveira Botelho de Torres Leão. Ufa, que nome grande. Igual da Princesa Isabel.
Todo mundo brinca com meu nome, prefiro ser conhecia como Joana Angélica ou Joana Leão. Morro de vergonha quando dizem meu nome completo, nem cabe na identidade.
- É ... Ele é grande mesmo.
Um pequeno sorriso compartilhado entre nós.
- Joana, o seu encaminhamento para a limpeza de tártaro.
- Obrigada.
Li o encaminhamento. Queria saber o nome dele para me despedir. Dr. Lucas Jorge Miranda. Que nome lindo...
-Até mais.
Ele estende a mão e aperta a minha. O primeiro contato entre nos sem as luvas. Mas, uma agonia faz com que esse aperto dure menos do que o comum. Foi um aperto rápido e tímido. Sai rápido como uma adolescente que sair correndo depois do primeiro beijo de amor.
Suspiros apaixonados pelo meu dentista Deus Grego.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um pouco de LUZ

- Oi
- Oi
- Estas bem?
- Sim, e você?
- Também
- A família?
- Está bem.
- O seu filho?
- Grande, tem 10 anos.
- Que fofo.
- Sua mãe?
- Anda cansada, mas, é a idade.
- Ainda trabalha?
- Aposentada, passa o dia vendo televisão.
- E você?
- Eu, o que?
- Passa o dia fazendo o que?
- Trabalhando.
- Só?
- Sim, tem dias que saio e tomo um café com os amigos.
- Somente amigos?
- Sim, amigos. Porque?
- Nada.
- Nada?
- E o marido?
- Não me casei.
- Porque?
- Não quis.
- E não queres ter filhos?
- Não.
- Não?
- Isso mesmo.
- Mas, que revolta é essa?
- Não tenho vontade de casar e nem de ter filhos.
- Decepção?
- Também.
- Também?
- Desilusão.
- De quem?
- De todos.
- Todos? Eu?
- Também...
- Mas, porque eu...?
- Chega de perguntas.
- Irritou-se?
- Já pedi. Quero que pares.
- Tudo bem.
- Pronto.

Ele é o Bom

Fazem anos que não nos vemos.
Anos mesmo.
Nossas vidas mudaram.
Amadurecemos.
Nós tornamos adultos.
Lembro daqueles anos
Éramos jovens
A vida parecia ser fácil.
Tudo muito fácil.
Lembro a primeira vez.
Tínhamos 15 anos.
Tudo aos 15 anos fica mais leve e suave.
Naqueles anos era assim.
Beijo era do desejo que tínhamos
E que as novelas nos ensinávamos.
Se apaixonar era fácil.
Um sorriso era suficiente.
Um elogio
Uma gentileza.
Tudo muito simples.
Coração jovem é assim.
Tudo simples para fazer o sangue ferver.
O peito ficar apertado e as mãos geladas.
Hoje, te vejo.
Depois de anos.
Nossas vidas mudaram de caminho.
Não somos mais aqueles jovens de 15 anos.
Somos homens, mulheres, chefes de família
Pais, mães, donos de casa, trabalhadores...
Muitos.
Adultos.
Aperto-lhe a mão.
Ofereço um café.
- A quanto tempo...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Gostar de você não foi uma opção.
Está sendo uma necessidade.
Uma vontade de dizer que sou capaz.
Nunca deixei meus sentimentos invadirem meu peito
E ditarem o que ele quisessem.
Eu os controlava.
Media cautelosamente cada cm
Me sentido dono de meu corpo por completo.
O tempo passava e sentia minha alma ficar fria.
Como se estivesse num profundo inverno.
Nenhum beijo ou abraço de outros eram suficientes
Para saciar ou fazer que estivesse me sentindo completo.
Nada e ninguém conseguia preencher um vazio que eu.
Eu mesmo
Queria manter.
Para não perder o controle.
Controle de minha vida.
Dessa vida que estudo e trabalho sempre foram
E ainda são dois pilares importantes
E quase irremediáveis.
Pois, bem.
Você apareceu.
Devagar...rasteira.
Como uma sombra que invade o lago
E só a percebemos quando não se reflete nosso rosto na água.
Seus olhos me enfeitiçaram.
De uma forma que não tenho palavras que descrevam
Ficar sem movimentos, ação, força.
Tudo isso.
Senti você perto de mim e isso me fez bem
Me senti protegido.
Queria mais
Você cada vez mais perto.
Pare que você não compreende minha necessidade.
De está perto de você.
De querer você.
Você foi.
Corri, te dei um beijo de adeus.
Adeus.
Você foi...
Sumiu na escuridão da noite.
E um vazio fez parte de mim.
Sua ausência me consome.
Quero ouvir sua voz
Sentir seu cheiro.
Saber o gosto que tem seu corpo perfumado de flor.
Mas, só o silêncio existe.
E minha solidão nessa noite.

Ali

Não são as grandes coisas que movem o mundo.
São as pequenas.
Devagarzinho, vai se construindo e tudo mudando.
Se todos tivessem noção disso, talvez
Muitas brigas não aconteceriam
Muitas intrigas não se concretizavam
Muitas separações não aconteciam.
Tudo isso foi o BOOM das pequenas coisas acumuladas.
O respeito não se perde de uma hora para outra.
Ele é perdido no dia a dia.
Com pequenas coisas do cotidiano.
Mentiras sem explicação.
Não reconhecimento dos erros.
Falta de entendimento sobre a individualidade de cada ser.
O amor não se perde de uma hora para outra.
Ele é perdido no dia a dia.
Com pequenas coisas do cotidiano.
Pela falta de carinho.
Pela falta de um elogio.
Não compartilhando mais da vida do outro.
E isso acontece com tudo.
Tudo mesmo.
Nada acontece de uma hora para outra
Tudo é construído.
Erguido pelas próprias pessoas que reclamam.
Que a mudança aconteceu.
E se questionando por que isso?
Por que você quis.
Você que fez.
Só você.
Você.

A luz no fim da escuridão

A solidão me devora os dias.
Não consigo está perto de outras pessoas.
Sendo eu mesmo
As vezes penso que sou estranho
Confuso.
Adoro pessoas...
Mas, a ausência dela me faz ficar cada vez mais quieto
Mas, triste.
E essa tristeza me aprisiona.
Não permitindo que eu seja.
Que eu aja
Que eu viva.
Que situação estranha.
Fico preso no meu mundo compartilhando com meus pensamentos momentos de estrema ausência.
De algo que sei que é fundamental para mim.
Mas, que não consigo correr atrás....

Porta, portão...

Dor de amar
É a maior dor do mundo
Quando mãe perde um filho
Pela mão de outro.
Sente
Chora
Dor de amor
Quando o menino diz
Que não quer mais a menina
Ela sente
Chora.
Dor de amor
Quando amigo querido
Parte para bem longe
A gente sente
Chora
Dor de amor
A maior dor do mundo
Não se cura com remédio
Nem com charope
O medo não resolve
Dor de amor
O tempo passa
Os dias mudam
A dor de amor fica
Pequena, mas, fica.
Dentro, bem fundo
Porque dor de amor
É a maior dor do mundo

Tinha uma pedra...

Ele gosta de filmes.
Fica preso na televisão quando passa seus preferidos.
Sempre foi muito pobre.
Nunca teve um aparelho passar filmes.
E nunca teve um filme que pudesse ver várias vezes.
Mas, ele adora filmes.
Ficava feliz quando era convidado para ver na casa de alguém.
Adora ver as novidades.
Sempre foi muito pobre.
Ir ao cinema foi apenas duas ou três vezes.
Quando um amiguinho da escola pagava.
Ou sua mãe fazia economizava.
E alegre ficava ao ver o sorriso de seu filho.
Quando voltava do cinema. Feliz.
E ela escutava,
Ele dizer repetidas vezes sobre as aventuras.
Magias, emoções, personagens que no filme tinha.
Sempre foi muito pobre.
Mas, seu coração rico de histórias.
Que ele escutava, via e criava.
Hoje. Ele não é mais tão pobre.
Tem já o aparelho que passa filmes.
Tem já uma coleção dos seus filmes preferidos.
E faz filmes para que outras pessoas
Possam se emocionar, igual a ele.